A percepção do universo captada pela ordinária visão de um jornalista terráqueo

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Foi bonita a festa, pá


Enquanto o povo brasileiro ainda tentava digerir toda a censura e repressão dos “anos de chumbo” do governo Médici e transitava para um processo lento rumo à democracia com a chegada do general Ernesto Geisel à presidência do Brasil, do outro lado do Atlântico acontecia um episódio revolucionário que traria liberdade a Portugal e de quebra inspiraria o maior gênio da música popular brasileira.

No dia 25 de abril de 1974, há exatos 34 anos, a Revolução dos Cravos colocava fim ao regime autoritário de orientação fascista que ditava as regras em terras lusitanas. A deposição do então presidente Marcello Caetano representou a queda do Estado Novo, sistema político modelado pelo déspota António de Oliveira Salazar.

Por meio de uma ação orquestrada, entre a noite do dia 24 e a madrugada do dia 25, vários regimentos militares colaboraram com o golpe.

Ao amanhecer, com os fatos consumados, pessoas começavam a ir às ruas em meio a soldados fatigados e ainda sublevados. Reza a lenda que uma florista que levava cravos para a inauguração de um hotel foi abordada por um soldado que pediu uma flor para colocar no cabo de sua espingarda. Achando aquele ato bonito e simbólico, a florista passou a distribuir todos os seus ramos avermelhados, fazendo com que dezenas de soldados enfeitassem suas armas, dando origem ao nome como ficou conhecida a revolução do dia 25 de abril em Portugal.


Do lado de cá, em 1975, Chico Buarque gravava a primeira versão da genial canção Tanto Mar, música vetada pela censura e inspirada pela Revolução dos Cravos. Criada em ritmo de fado, Tanto Mar, matreira e perspicaz, elogiava a atitude portuguesa como quem dissesse (in)diretamente: está na hora de fazermos o mesmo por aqui.

A versão oficial só ficaria pronta três anos depois, em 1978.






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25 de abril é também o dia do aniversário da minha queridíssima irmã mais nova, Sil. Parabéns Lourdinha, te amo.

Um comentário:

Unknown disse...

Obrigada mano, também te amo.