A percepção do universo captada pela ordinária visão de um jornalista terráqueo

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A farsa da farsa


Assisti na minha última aula de história e estética do vídeo, semana passada, e gostei.

O documentário fake do diretor William Karel, Opération Lune (2002), além de se desenrolar como uma sátira bem humorada da duvidosa transmissão da chegada dos norte-americanos à lua em 1969, consegue, por meio de todo o conjunto de sua obra, criar um caráter de contestação ao próprio episódio em questão.

No documentário, Karel forja personagens, falas, diálogos e situações para simular uma prova de que a transmissão da chegada do homem à lua não passou de uma farsa elaborada (em estúdio) pelo então presidente norte-americano Richard Nixon em parceria com o diretor hollywoodiano Stanley Kubrick.

Ao longo do filme, Karel vai apresentando pistas de que Opération Lune carrega em sua tese bem postadas e meticulosas ironias, perceptíveis apenas aos olhares mais cuidadosos, fazendo com que o filme pareça uma obra séria e honesta, e, ao mesmo tempo, provando o caráter fictício do documentário.

A trilha sonora precisamente hollywoodiana e alguns personagens com nomes que ficaram famosos nos cinemas americanos evidenciam esse fato. Por exemplo, Jack Torrance, nome do personagem de Jack Nicholson em O Iluminado (filme de Kubrick), aparece no documentário fake como produtor da Paramount; outro personagem de Opération Lune é David Bowman, que no documentário é astronauta amigo e confidente de Neil Armstrong (primeiro homem a pisar na lua) e cujo nome é o mesmo do comandante da espaçonave Discovery em 2001, Uma odisséia no espaço (também de Kubrick).

Em volta de toda essa chacota, engana-se quem acredita que este filme não passa de um documentário ingênuo e cheio de fanfarronices e arlequinadas. Opáration Lune, engenhoso e perspicaz, levanta a lebre de um episódio que, em si, está cheio de controvérsias e, por meio de uma farsa, estimula e instiga a curiosidade de outra possível farsa.

William Karel parece dizer com todas as palavras: não acredite em tudo que você assiste por aí.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Há males que vêm para o bem


Depois de toda a sujeira que a antiga diretoria envolveu o Todo Poderoso Corinthians, só posso crer que há males que vêm para o bem. Acredito que o Corinthians, acima de tudo, necessita de uma limpeza, seja ela profissional ou espiritual.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Notícias Verdes

O premiê eleito da Austrália, o trabalhista Kevin Rudd, começou ontem seu mandato com a promessa de ratificar o Protocolo de Kyoto, o acordo internacional contra os gases de efeito estufa rejeitado por seu antecessor, o conservador John Howard. No domingo, após uma vitória avassaladora que pôs fim a 11 anos de governo Howard, Rudd prometeu "ação e ação imediata" no combate ao aquecimento global e aceitou o convite do presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, para comparecer à reunião das Nações Unidas sobre o clima em Bali, no mês que vem. A Austrália quer assumir um papel de liderança no encontro. Com isso, os EUA de George W. Bush ficarão isolados como o único país industrializado do planeta a rejeitar o acordo do clima.

Árvore na estrada! Depois de emocionar os cariocas na praia de Copacabana, no último fim de semana, a tora de tauari queimada ilegalmente na Amazônia chega a São Paulo para mostrar a realidade da destruição da floresta. A árvore faz parte da exposição Aquecimento Global: Apague essa Idéia, que estará aberta ao público paulista de sábado a domingo, das 9 às 18 horas, no Parque Villa-Lobos. Veja aqui as fotos do evento no Rio! e assista aqui a reportagem feita pelo Fantástico.

A Drogaria São Paulo está disponibilizando suas lojas à população para a entrega de pilhas. Eles fazem a coleta e enviam o material para ser reciclado na empresa Suzaquim, responsabilizando-se pelo pagamento dos custos que esse reaproveitamento exige. Essa é uma importante iniciativa, lembrando que, segundo estudos, uma pilha na natureza pode contaminar 30 mil litros de água durante 500 anos. Portanto, leve suas pilhas usadas até as lojas da Drogaria São Paulo.

Assine o Manifesto dos Artistas contra a devastação da Amazônia. Basta um clic! http://www.amazoniaparasempre.com.br/

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Dunga não se aplica à própria regra

Em uma das coletivas de imprensa após a pífia apresentação da seleção brasileira contra o Uruguai na última quarta-feira, um jornalista perguntou ao técnico Dunga se ele ainda pensa na possibilidade de convocar os jogadores Ronaldo e Pato, ambos do Milan, para vestir a camisa nove do Brasil. A resposta veio rápida e convicta: “para jogar na seleção brasileira, o jogador deve primeiro se destacar em seu clube. E os dois não estão jogando”.

Agora, me pergunto: em que clube Dunga se destacou como técnico para chegar à seleção brasileira?

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Dois guias interessantes

A BBC Brasil colocou no ar dois guias online bem interessantes: um sobre energia e outro sobre mudanças climáticas. Vale à pena.

Guia de Energia Global - http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1931_energia/index.shtml

Guia Interativo das Mudanças Climáticas - http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/1126_clima/index.shtml

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Quando a moda pega ...



terça-feira, 16 de outubro de 2007

Mais linkados

Estou muito feliz com o resultado do último vídeo que fiz para o Greenpeace. Já foi assistido mais de mil vezes e entrou na lista dos vídeos (News and Politics) mais linkados do mês no You Tube. Segue link: http://www.youtube.com/browse?s=mrd&t=m&c=25&l=&e=pt_BR&p=4

Vamo que vamo!

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Tirando as teias

É meus amigos, a vida é dura e, de vez em quando, precisamos priorizar certas coisas e deixar outras de lado, por mais duro que isso possa ser. Esse meu querido blog, que pouco teve vida, ficou jogado às traças, esculaxado, esquecido. Uma pena, um projeto que mal começou e por pouco não terminou. Mas agora estou de volta e pretendo me dedicar mais a ele. Posso não escrever toda semana textos complexos, cheios de teoria; crônicas criativas e aprazíveis; reportagens bem tramadas e investigativas; poesias simétricas e fecundas. Mas, independente de tudo isso, o que posso prometer daqui para frente é mais atenção, no mínimo mais atenção.

Curioso que o último texto que eu havia escrito nesse blog foi sobre o meu primeiro treinamento lá no Greenpeace. Aos poucos vou me tornando cada vez mais greenpeaciano. Hoje já participei de algumas atividades e gravei três vídeo-reportagens com a entidade, inclusive uma em Brasília.

Posto as três reportagens abaixo para os que ainda não assistiram.







E é isso aí. De agora em diante, bola pra frente.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

O treinamento

Curioso como, às vezes, certas coisas começam a se encontrar e acontecer rapidamente. No último post desse blog contei como, enfim, resolvi filiar-me ao Greenpeace – vontade antiga e, agora, concretizada. No entanto, contribuir financeiramente e, com isso, poder acompanhar um pouco mais de perto as ações da entidade era apenas a mais simples das vontades, pois sempre achei fascinante mesmo a idéia de ser um ativista, no mais puro sentido do ativismo partidário e pragmático.

Eis que, há duas semanas, fui convocado para uma reunião de novos voluntários na sede do Greenpeace, na qual alguns coordenadores do grupo distribuíram formulários a fim de conhecer melhor os candidatos e suas expectativas com relação à entidade e, na seqüência, entrevistaram cada um dos possíveis calouros.

Com as entrevistas concluídas, ficou a promessa e a esperança: “Para a semana, entro em contato com vocês para comunicar quais serão os novos voluntários do Greenpeace”, proferiu Michel, coordenador do grupo de novos voluntários.

Sem dar tempo à ansiedade desenfreada, já na terça-feira da semana passada – três dias após a entrevista -, Michel fez a convocação dos novos voluntários para um treinamento que visa a compreensão mais aprofundada dos valores do Greenpeace e da sua atuação. “Sim, agora vocês são ‘greenpeaceanos’...”, dizia ele no e-mail.

Muito feliz, marquei na minha agenda e deixei o domingo reservado para esse treinamento. Já no dia, chegando lá, cerca de 40 voluntários – em que se misturavam voluntários novos e antigos – foram levados para uma sala, onde, no começo, todos se apresentaram, inclusive os coordenadores presentes.

Depois da apresentação, um dos coordenadores – o Miojo, cujo apelido faz jus às suas madeixas encaracoladas – contou, abreviadamente, a história do surgimento do Greenpeace e falou sobre algumas datas importantes para a entidade.

Assim que o Miojo terminou, descemos todos para o pátio, localizado nos fundos da sede do Greenpeace. Lá, o Gui e o Madalena – também coordenadores – tomaram as rédeas das apresentações, e começaram a passar alguns vídeos da entidade, atentando sempre pelas formas corretas e incorretas de agir.

Por trabalhar diretamente com causas complicadas e delicadas e que por vezes exigem ações imediatas e um tanto ousadas, um assunto que ficou bastante tempo em pauta foi prisão, pois inúmeros são os ativistas que já foram presos em decorrência de suas ações. Assistimos várias imagens de ativistas do Greenpeace apanhando e sendo detidos. Não sei qual foi a impressão que esse assunto como um todo causou para os ali presentes, mas, para mim - em particular e por mais estranho que pareça – ficou uma imagem muito boa, consolidada pelas precisas palavras da peculiar e interessantíssima coordenadora Rebeca: “a prisão nunca é um objetivo do “Green”, porém, muitas vezes, para nós ativistas, é uma conseqüência. Entretanto, tendo sempre a certeza de que ela acontece em decorrência de um bem maior”.

Bom, contando assim fica até parecendo que de agora em diante vou sair por aí defendendo as causas do Greenpeace até conseguir ser preso, conquistando com a detenção o apogeu do orgulho e da dignidade da vida de um ativista da natureza, mas nada disso. Existe toda uma estrutura para as coisas acontecerem.

Duas das características do pessoal do Greenpeace que mais me encantaram foram a capacidade de organização do grupo e a ideologia pacifista. Os coordenadores fizeram questão de deixar claro que, em uma ação, o grupo formado para executá-la depende da participação ordenada de cada um de seus membros. Esclareceram também que a ação só termina quando todos os ativistas já estão de volta - são e salvos - e que a violência NUNCA é uma forma de agir.

Por isso que, a partir de todo um conceito muito bem estudado e planejado, me sinto confortável em dizer: se for preciso ser preso em prol do meio ambiente, ou seja, em proveito da vida, com a certeza de que agi de forma pacífica para atentar a um determinado número de pessoas sobre um problema recôndito, que possa causar uma mazela social, então que me ponham algemas.

Lógico que não é bem assim que as coisas funcionam, apesar de que, em diversos casos, a detenção é um fato, o que torna imprescindível saber como agir da forma mais correta diante de um possível caso de encarceramento. Decorrente desse problema real que ronda a vida dos ativistas, fizemos um treinamento muito curioso e que provocou muitas risadas. Os coordenadores explicaram que, em caso de prisão, você não é obrigado a se entregar e caminhar até a viatura mais próxima. Existem três formas de resistência pacífica: corpo mole, em que, como o próprio nome diz, você mantém o corpo todo mole, obrigando os policiais a te carregarem; em posição de árvore, ou seja, se mantendo erguido verticalmente e estático, provocando praticamente o mesmo efeito perante os homens da lei; e, por fim, em forma de pedra, agachado e forçando seu peso para baixo, na tentativa de, também, dificultar a vida dos tiras.

Nesse exercício, montamos duplas que, enquanto um simulava a ação do policial, o outro atuava como ativista, até os papéis se inverterem, no intuito de que todos se familiarizassem com as três formas de resistência pacífica. Fiquei até com pena do meu parceiro de treinamento, um senhor franzino de cerca de cinqüenta anos e no máximo 65 quilos. Para mim, encarcerá-lo não foi tarefa difícil, já para ele, levantar quase três dígitos de massa corporal...

Foi divertido e tudo corria muito bem, até que se iniciou uma movimentação esquisita, uns barulhos na porta, alguns coordenadores começaram a ficar preocupados e ir até o portão de entrada. Fiquei intrigado e curioso para saber o que estava acontecendo, mas não podia simplesmente levantar e ir até lá, mesmo porque um coordenador ainda dava seqüência ao treinamento. Até que um outro membro do Greenpeace se aproximou e pediu ajuda, dizendo que havia um cara incontrolável tentando invadir a sede.

Não tive dúvida, levantei e fui andando rápido até lá enquanto acertava a pífia câmera do meu celular na tentativa de registrar alguma coisa. Quando cheguei, já tinha um amontoado de gente em volta de um cara de meia idade, forte, com um facão de meio metro na mão, ameaçando todo mundo. Cheguei bem perto do cara tentando filmar escondido quando ele agarrou um dos coordenadores do Greenpeace e ficava o ameaçando. Fiquei com medo, dei uns passos para trás, olhei no rosto do pessoal e tava todo mundo meio atônito, até que ouvi uma voz, atrás de mim, dizendo: será? E a partir daí passei a indagar: será mesmo que não é uma pegadinha?

Não deu 30 segundos e a farsa foi revelada, fazendo com que todos caíssem na risada. O tal homem “perturbado” era um amigo do pessoal do Greenpeace que toma conta de um estacionamento vizinho da sede.

Uma pegadinha – muito bem aplicada – para demonstrar que, no Greenpeace, passar por situações de tensão é habitual e, mesmo lidando com pessoas transtornadas, a violência nunca é uma forma correta de agir, pois tudo deve ser resolvido na idéia, pacificamente.

Resultado: Ninguém agiu com violência; minha câmera pífia do celular não filmou nada, pois já encontrei o sujeito dentro do escritório do Greenpeace, onde estava relativamente escuro para uma máquina de celular; dois novos voluntários, aterrorizados, fugiram; e, sim, voltaram com a polícia, que, por sua vez, exigiu explicações dos coordenadores do Greenpeace: “sim, senhor, foi um treinamento e tal”...

Depois desse episódio ainda voltamos para o pátio e ouvimos mais alguns ensinamentos sobre o conceito Greenpeace de atuação. Falamos um pouco também sobre a semana do meio ambiente – que começa no dia 2 de junho -, onde participarei pela primeira vez como ativista. E, assim que terminou o treinamento, fomos - voluntários e coordenadores, porém não todos – para um bar, onde pudemos confraternizar e nos conhecer mais um pouco.

Saí de lá com a certeza de que plantei uma nova semente, conhecendo pessoas muito bacanas, jovens, inteligentes, pacíficas, cheias de esperança no coração e que lutam por uma causa justa, cujas ações são imprescindíveis.

quinta-feira, 12 de abril de 2007

Mais um associado da Paz Verde

Um sábio já diria: se está insatisfeito, não fique reclamando, aja. Eu, como leigo que sou, acabo de empregar uma pequena ação. Sim, bem pequena, mas, para mim, muito significativa e com a esperança de que esse exíguo ato encontre pela frente uma bola de neve. Bom, embora a esperança seja a frutificação, quero, desde já, cortar pela raiz (mesmo que isso, nesse momento, pareça contraditório) qualquer idéia que possa transparecer uma pretensão vaidosa da minha parte.

Filiei-me ao Greenpeace. Há tempos admiro o trabalho deles, dando a cara pra bater em diversas situações tensas, sempre lutando por causas justas. Sei que existem pessoas com argumentos contra a ONG, mas não pretendo entrar em méritos de politicagem, pelo menos agora.

Como um amante incondicional da natureza, dos verdes campos, dos animais e das águas, sou intransigente perante a degradação do meio ambiente e do Planeta Terra como um todo.

Sei que, mesmo tendo essa condição intrínseca nos meus valores, essência e personalidade, por vezes ainda peco, agindo passivamente. A intenção também não é crucificar-me para atingir a beatificação do abutre e nem apontar o dedo para indolentes desavisados, mesmo porque compreendo que os moldes da sociedade não ajudam muito nessa situação. No entanto, creio que essa atitude de agregar-me ao Greenpeace sirva também como um auto-policiamento, ajudando a conscientizar-me cada vez mais da eminente necessidade de cuidar melhor do nosso Planeta.

Quero mudança na relação do homem com o meio ambiente e, portanto, dou o meu primeiro passo em prol dessa causa, como cyberativista:




Se você também tem interesse em filiar-se ao Greenpeace, clique aqui.

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Retrato em preto e branco

É natural do homem estar sempre em busca de explicações para as coisas da vida, como a origem do universo ou o que nos espera após a morte.

Teorias e mais teorias são construídas ao longo do tempo, criando ideologias que perduram por eras. No entanto, certas ideologias se estrepam no dia em que surge uma nova constatação, seja esta para aprimorar ou destruir totalmente o que se pensava, dando origem a um novo raciocínio e filosofia. Por exemplo, quantos conceitos e concepções já não foram aprimorados ou totalmente derrubados no ínterim que abrange a Idade Medieval aos dias de hoje?

Só para se ter uma idéia, de lá para cá o Planeta Terra já foi quadrado e plano, a igreja católica a entidade mais influente - mesmo quando inquisitória ou corretora celeste - e os homens negros já foram escravos e moedas de troca.

Hoje, qualquer uma dessas ideologias está integralmente ultrapassada, embora, de certa forma, ainda causem alguns efeitos. Todos sabemos que o planeta é globular (teoria já inocauteável), a igreja católica não é mais robusta como em outrora (muito menos algumas de suas antigas, e logo renegadas, teorias absurdas) e os negros, apesar de ainda sofrerem conseqüências de um obscuro passado recente, aos poucos conquistam o seu, mais do que merecido, espaço na sociedade.

Muitos pensadores e formadores de opinião auxiliaram significativamente na construção de um mundo melhor. Por um outro lado, alguns, com os seus conceitos, conseguiram deturpar o ideal de paz na Terra.

Um fato que ocorreu no ano passado me marcou muito e há tempos estava ensaiando tocar no assunto. É gozado como teorias podem cair por terra através de simples, porém caprichosas, ironias da vida.

Não que antes fosse condescendente de tais banalidades, mas esse fato caiu-me como um contragolpe certeiro na estupidez humana.

Em julho de 2006, na cidade de Middelsbrough, no Reino Unido, foi registrado um caso raro na genética. Kerry Richardson, de 27 anos, deu luz a gêmeos um tanto diferentes: Layton, que é loiro como o pai e Kaydon, que se parece com a mãe - descendente de nigerianos.

Eis os benditos:




Preto e branco, irmãos, vindos do mesmo ventre. Esse retrato carrega no seu âmago uma profunda poesia, que, para mim, ajuda a derrubar conceitos nefastos como o racismo ou o ideal de raça pura, ariana etc. Como se quisesse passar uma lição para os homens, essa fotografia parece dizer: o natural é a diversidade, portanto não tripudieis nem mateis uns aos outros achando que sois superiores.

Bom, essa é a minha percepção, a forma como absorvi esse acontecimento. Sei que o racismo ainda está longe de ser suprimido, mas de fato vem sofrendo forte minimização com o tempo.

Para finalizar, publico aqui pequenos versos que fiz como recado para os obtusos remanescentes em questão:

Racistas não insistam em, comigo, argumentar
onde vocês vêem pele, eu vejo vida
onde vocês vêem sangue, eu vejo alma

sexta-feira, 23 de março de 2007

Carta de apresentação de mais um microorganismo da blogosfera

Caros colegas, amigos, amigos de amigos, familiares e completos desconhecidos que, talvez um dia, venham a ler esse texto,

há muito venho ensaiando a criação de uma coluna pessoal na Internet e, agora, aqui estou. Talvez hiper-motivado pelo bom andamento de um blog coletivo que mantenho junto com colegas de profissão, há, aproximadamente, três meses.

Como já diz o próprio nome do blog - Jornalista Terráqueo -, essa é a minha profissão, e, com esse nome, intento transmitir algumas idéias que me permitem reflexão:

- Não acredito e não gosto dessa história de jornalismo como quarto poder. É inegável a capacidade de influência da mídia, mas o perigo é que o poder pode ser facilmente absorvido como prepotência, autoritarismo, despotismo e por aí vai. Acredito que, como homens - e nada além de animais homens que habitam esse Planeta - devemos conhecer as nossas limitações e sabermos que estamos sempre passíveis a erros.

- Jornalista quem? Jornalista Terráqueo, isso mesmo. E é aí que está a intrínseca beleza da era digital: a democracia sendo possibilitada e, ao mesmo tempo, possibilitando uma nova ordem mundial. Se nenhum veículo o contrata para escrever, ou nenhum o deixa livre para falar do que quiser, crie você o seu próprio espaço. Isso é maravilhoso e inestimável.

Gosto de escrever desde que me entendo por gente e, de certa forma, sempre acreditei que minha profissão estaria relacionada com a comunicação. Hoje, de fato, sou um profissional da área e busco, por meio desse ofício, ser formador de opinião ética e consistente, auxiliando na compreensão e conscientização de qualquer fato que ocorra em nosso universo de possibilidades. Além disso, acredito na arte que envolve o ato de escrever. E esse, para mim, é o gênero mais aprazível.

Sou jovem e carrego comigo uma idéia que considero verdadeiro preceito: não basta cumprir burocraticamente uma parte do ciclo “natural” da vida, qual seja conquistar um bom emprego, constituir família, ter filhos e, depois, morrer em paz. É preciso desenvolver trabalho que contribua para a evolução da sociedade, abraçar causas que se acredita serem mais justas para a humanidade, não perdendo de vista o aspecto da solidariedade humana e a luta, mesmo que solitária, por um planeta próspero e de paz.

Tendo a sublime oportunidade de criar esse espaço, espero ratificar mais um grito pela democracia e, de alguma forma, conseguir contribuir - mesmo que minimamente - para a evolução da sociedade que habita a Terra, pois acredito que o homem é agente de transformação de sua vida, não espectador de uma realidade na qual não pode influir.

Muito obrigado a todos que, de alguma forma, chegaram até aqui,

Luís Pereira