A percepção do universo captada pela ordinária visão de um jornalista terráqueo

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Retrato em preto e branco

É natural do homem estar sempre em busca de explicações para as coisas da vida, como a origem do universo ou o que nos espera após a morte.

Teorias e mais teorias são construídas ao longo do tempo, criando ideologias que perduram por eras. No entanto, certas ideologias se estrepam no dia em que surge uma nova constatação, seja esta para aprimorar ou destruir totalmente o que se pensava, dando origem a um novo raciocínio e filosofia. Por exemplo, quantos conceitos e concepções já não foram aprimorados ou totalmente derrubados no ínterim que abrange a Idade Medieval aos dias de hoje?

Só para se ter uma idéia, de lá para cá o Planeta Terra já foi quadrado e plano, a igreja católica a entidade mais influente - mesmo quando inquisitória ou corretora celeste - e os homens negros já foram escravos e moedas de troca.

Hoje, qualquer uma dessas ideologias está integralmente ultrapassada, embora, de certa forma, ainda causem alguns efeitos. Todos sabemos que o planeta é globular (teoria já inocauteável), a igreja católica não é mais robusta como em outrora (muito menos algumas de suas antigas, e logo renegadas, teorias absurdas) e os negros, apesar de ainda sofrerem conseqüências de um obscuro passado recente, aos poucos conquistam o seu, mais do que merecido, espaço na sociedade.

Muitos pensadores e formadores de opinião auxiliaram significativamente na construção de um mundo melhor. Por um outro lado, alguns, com os seus conceitos, conseguiram deturpar o ideal de paz na Terra.

Um fato que ocorreu no ano passado me marcou muito e há tempos estava ensaiando tocar no assunto. É gozado como teorias podem cair por terra através de simples, porém caprichosas, ironias da vida.

Não que antes fosse condescendente de tais banalidades, mas esse fato caiu-me como um contragolpe certeiro na estupidez humana.

Em julho de 2006, na cidade de Middelsbrough, no Reino Unido, foi registrado um caso raro na genética. Kerry Richardson, de 27 anos, deu luz a gêmeos um tanto diferentes: Layton, que é loiro como o pai e Kaydon, que se parece com a mãe - descendente de nigerianos.

Eis os benditos:




Preto e branco, irmãos, vindos do mesmo ventre. Esse retrato carrega no seu âmago uma profunda poesia, que, para mim, ajuda a derrubar conceitos nefastos como o racismo ou o ideal de raça pura, ariana etc. Como se quisesse passar uma lição para os homens, essa fotografia parece dizer: o natural é a diversidade, portanto não tripudieis nem mateis uns aos outros achando que sois superiores.

Bom, essa é a minha percepção, a forma como absorvi esse acontecimento. Sei que o racismo ainda está longe de ser suprimido, mas de fato vem sofrendo forte minimização com o tempo.

Para finalizar, publico aqui pequenos versos que fiz como recado para os obtusos remanescentes em questão:

Racistas não insistam em, comigo, argumentar
onde vocês vêem pele, eu vejo vida
onde vocês vêem sangue, eu vejo alma

3 comentários:

Anônimo disse...

sempre mandando bem na escrita hein!!
um abracao do seu amigo abutre!!! flw

Anônimo disse...

e ae irmao?!! sempre mandando bem na escrita hein!! um abraco do abutrao aki !! flw

Anônimo disse...

bravo!