A percepção do universo captada pela ordinária visão de um jornalista terráqueo

terça-feira, 22 de abril de 2008

Na briga política, desespero gera demagogia


A briga pelo sonhado poder parece não ter regras quando a campanha vai mal e bate o desespero ao senti-lo escorrer pelas mãos. Na disputa política, o desânimo e o sentimento de incapacidade podem trazer à tona uma - ainda então ocultada - natureza tirânica.

À beira da primária na Pensilvânia, que pode ser decisiva e acontece hoje à noite, e indo de mal a pior nas pesquisas, a senadora Hillary Clinton afirmou em entrevista ao Good Morning America que, se vencer as eleições e se tornar presidente, atacará o Irã, com a finalidade de deter um possível ataque nuclear do país no Iraque.

Entre pensamentos nefastos em prol de um ambicioso apoio popular, a mulher do ex-presidente Bill Clinton disparou:

"Nos próximos 10 anos, durante os quais eles podem considerar o lançamento de um ataque a Israel, nós seriamos capazes de totalmente obliterá-los".

"Isso é uma coisa terrível a dizer, mas aquelas pessoas que dirigem o Irã precisam entender isso porque talvez os detenha de fazer algo que seria irresponsável, bobo e trágico".

O que a pré-candidata não entendeu ou talvez não tenha percebido devido ao anseio veemente de se tornar presidente é que o seu discurso foi igualmente irresponsável, bobo e trágico.

Barack Obama, mais contido e em sã consciência munida pela vantagem nas pesquisas e no número de delegados, declarou que palavras como obliterar e atitudes como essa não produzem efetivamente bons resultados. “Eu não estou tão interessado em atitudes militaristas”, concluiu.

Um comentário:

João Prado disse...

a versão feminina (que por melhor que seja) do bill clinton num dá.