A percepção do universo captada pela ordinária visão de um jornalista terráqueo

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Lenda Mapuche (Parte I de IV)

Quando embarcamos em Lua de Mel para o Chile não poderia nunca fazer idéia da grande aventura transcendental metafísica que me aguardava e, acreditem, não estou fazendo menção às peripécias afrodisíacas habituais em viagens de nubentes.

Minha festa de casamento tinha sido uma noitada daquelas, e a dor de garganta do dia seguinte anunciava o advento de uma gripe. Depois de duas doses de scotch puro para aliviar a dor de garganta (e, confesso, o medo de avião) e aproximadamente três horas e meia de vôo, chegamos a capital chilena.

A caminho do hotel, pedi para o taxista parar em uma farmácia, onde me abasteci de remédios para “dolor” de garganta. Ficamos dois dias em Santiago, em que um analgésico aliado a uma boa pastilha conseguiram manter-me, pelo menos por ora, com a goela incólume.

Por lá não paramos um segundo. Ficamos alojados no hospitaleiro e charmoso bairro Providencia e visitamos diversos pontos turísticos, como a Plaza de las Armas, o Palácio La Moneda, a casa de Neruda, o Mercado Central, os cerros San Cristóbal e Santa Lucia entre outros pontos turísticos.

Durante nossas pernadas pela bela capital, a todo instante avistando a colossal Cordilheira dos Andes, parávamos nas mais variadas e extravagantes feirinhas, devido a um vício incontrolável de minha esposa por artesanatos.

Enquanto ela se encantava a cada barraquinha e gastava um punhado de nossos pesos chilenos, eu sentia uma estranha atração pela cultura Mapuche, dos livros que contavam suas histórias aos artesanatos e camisetas.

Para quem não conhece, os mapuches são indígenas que habitam vales nas encostas de grandiosos vulcões na região central e sulista do Chile. Sua economia é baseada na agricultura e sua fama de nunca ter se curvado aos colonizadores espanhóis ultrapassam a fina e montanhosa fronteira do país.

Entretanto, uma característica em especial os torna ainda mais interessantes. A palavra mapuche significa “gente de la tierra” na língua origem de seu povo, o mapudungun (que, por sua vez, quer dizer linguagem da terra). Sua denominação reflete a sintonia dos mapuches com o planeta, seu conhecimento sobre o solo, as árvores, plantas e pedras. Em paralelo a isso, dominam a magia e a manipulação de plantas medicinais, algo que, mais tarde e por mais incrível que pareça, experimentaria in cutis.








Um comentário:

João Prado disse...

quero conhecer, claro. engraçado: ontem jantei um rango feito por uma feiticeira libanesa, suponho, descentende de chineses...coisa antiga, imagino. ela é casada com um alquimista, visto que o cara não se mistura com pessoas de temperamento sórdido. "magui!,magui, magui... eu disse magnolia, eu disse magnolia..magui!". me sinto ótimo hoje!

desculpa agradece-los aqui.

aliás. valeu!