O tempo, de fato, mexe com o mundo
Eu fico impressionado como hoje a democracia da informação proporcionada pela revolução tecnológica pode mexer com o mundo, criar novos conceitos e quebrar paradigmas milenares. E isso pode ser facilmente exergado no sistema de saúde contemporâneo.
O que me motiva a escrever sobre esse assunto é a condição de saúde que me encontro ultimamente e o batalhão de médicos que tenho visitado. Não, não tenho nenhuma enfermidade grave, graças a Deus. O meu problema demonstra características estritamente psicológicas, devido às grandes e fortes mudanças que se aproximam de mim - leia-se: meu casamento e a emancipação tardia, com 25 anos.
Enfim, vinha sentindo algumas tonturas, fiz um check-up no final do ano passado que não acusou nada (a não ser uma taxinha de ácido úrico um pouco elevada, que não é nada demais). Este ano estou freqüentando o acupunturista. Tenho também um probleminha no ombro esquerdo, que, às vezes, sai do lugar, o que me fez procurar alguns ortopedistas e que, por suas vezes, me aconselharam a colocação de alguns pinos. Também tive algumas sessões de fisioterapia que andei fazendo devido uma tendinitezinha no joelho esquerdo e, para finalizar, o meu tratamento ortodôntico que me parece uma novela sem fim e que promete uma cirurgiazinha para consertar a mordida – nada que a serragem dos dois lados do maxilar mais duas placas de titânio não resolva. Moral da história: duas cirurgias programadas, tentar ficar mais tranquilo com relação às mudanças, a necessidade de perder uns quilinhos para ficar mais saudável e a proibição alimentar de grãos e frutos do mar, ou seja, nada demais.
Mas não é exatamente sobre a minha condição que eu quero falar. É sobre a condição do sistema de saúde atual e como os novos tempos e as novas tecnologias conseguiram transformar significativamente este ramo. Há algum tempo tive a oportunidade de ouvir especialistas falando sobre o futuro da saúde em uma conferência quando ainda trabalhava para uma revista do segmento. Naquela oportunidade aprendi bastante; atualmente pude sentir na pele como funciona.
Passou-se o tempo em que o médico era aquele que atendia a família inteira, desde o avô até o recém-nascido bisneto, e carregava, dentro de sua maleta ao lado do estetoscópio, do xarope e da seringa, a verdade absoluta. Os tempos são outros, e, junto com os tempos, veio a tecnologia, que, por sua vez, trouxe os novos conceitos, os novos comportamentos, os novos sistemas. Logicamente, essa tecnologia não influencia e atua de forma única e exclusiva na área da saúde, mas nela pode-se ilustrar bem a idéia desses novos tempos.
A tecnologia da informação talvez seja a maior responsável pela revolução que pode ser observada hoje no sistema de saúde e, indubitavelmente, é a principal responsável pela idéia proposta no parágrafo acima, que acaba com o conceito do “médico família”, ou do “médico dono da verdade”, ou, até, do “médico santo”, cujo qual emite a voz de Deus.
O acesso à informação, através da internet e seus meios, possibilitou a transformação do paciente leigo. Antigamente ele chegava para uma consulta sem ter idéia do que estava acontecendo. Hoje já vai bem informado sobre seu problema ou patologia, podendo, assim, questionar e escolher a melhor forma de ser tratado.
Dessa forma, o pilar principal dessa mudança radical passa a ser o paciente, ou melhor, o usuário, pois ele é o grande pagador do sistema de saúde, quer através do plano ou através dos impostos. Torna-se, então, ultrapassada a idéia de que o tratamento da saúde é algum tipo de caridade ou algo dado, oferecido, e as pessoas passam a ser consumidoras de saúde.
A partir desta premissa, o termo “paciente” também entra em xeque, pois, como dizem por aí, “paciente é o último que fala e o primeiro que toma injeção”, perfil totalemente diferente dos novos usuários de saúde.
Entretanto, é bom lembrar que tudo isso ainda é uma constatação controversa e complexa. Acho importante levar em consideração as palavras de advertência de Antônio Jorge Kropf, diretor técnico do Grupo Amil, sobre a suposta nova era do sistema de saúde: “Precisamos abrir um diálogo sobre essa questão, que é complexa, porque é necessário separar direito de consumidor e direito de cidadão, que são coisas muitas vezes conflitantes no sistema de saúde, e esse é um grande desafio”.
O que me motiva a escrever sobre esse assunto é a condição de saúde que me encontro ultimamente e o batalhão de médicos que tenho visitado. Não, não tenho nenhuma enfermidade grave, graças a Deus. O meu problema demonstra características estritamente psicológicas, devido às grandes e fortes mudanças que se aproximam de mim - leia-se: meu casamento e a emancipação tardia, com 25 anos.
Enfim, vinha sentindo algumas tonturas, fiz um check-up no final do ano passado que não acusou nada (a não ser uma taxinha de ácido úrico um pouco elevada, que não é nada demais). Este ano estou freqüentando o acupunturista. Tenho também um probleminha no ombro esquerdo, que, às vezes, sai do lugar, o que me fez procurar alguns ortopedistas e que, por suas vezes, me aconselharam a colocação de alguns pinos. Também tive algumas sessões de fisioterapia que andei fazendo devido uma tendinitezinha no joelho esquerdo e, para finalizar, o meu tratamento ortodôntico que me parece uma novela sem fim e que promete uma cirurgiazinha para consertar a mordida – nada que a serragem dos dois lados do maxilar mais duas placas de titânio não resolva. Moral da história: duas cirurgias programadas, tentar ficar mais tranquilo com relação às mudanças, a necessidade de perder uns quilinhos para ficar mais saudável e a proibição alimentar de grãos e frutos do mar, ou seja, nada demais.
Mas não é exatamente sobre a minha condição que eu quero falar. É sobre a condição do sistema de saúde atual e como os novos tempos e as novas tecnologias conseguiram transformar significativamente este ramo. Há algum tempo tive a oportunidade de ouvir especialistas falando sobre o futuro da saúde em uma conferência quando ainda trabalhava para uma revista do segmento. Naquela oportunidade aprendi bastante; atualmente pude sentir na pele como funciona.
Passou-se o tempo em que o médico era aquele que atendia a família inteira, desde o avô até o recém-nascido bisneto, e carregava, dentro de sua maleta ao lado do estetoscópio, do xarope e da seringa, a verdade absoluta. Os tempos são outros, e, junto com os tempos, veio a tecnologia, que, por sua vez, trouxe os novos conceitos, os novos comportamentos, os novos sistemas. Logicamente, essa tecnologia não influencia e atua de forma única e exclusiva na área da saúde, mas nela pode-se ilustrar bem a idéia desses novos tempos.
A tecnologia da informação talvez seja a maior responsável pela revolução que pode ser observada hoje no sistema de saúde e, indubitavelmente, é a principal responsável pela idéia proposta no parágrafo acima, que acaba com o conceito do “médico família”, ou do “médico dono da verdade”, ou, até, do “médico santo”, cujo qual emite a voz de Deus.
O acesso à informação, através da internet e seus meios, possibilitou a transformação do paciente leigo. Antigamente ele chegava para uma consulta sem ter idéia do que estava acontecendo. Hoje já vai bem informado sobre seu problema ou patologia, podendo, assim, questionar e escolher a melhor forma de ser tratado.
Dessa forma, o pilar principal dessa mudança radical passa a ser o paciente, ou melhor, o usuário, pois ele é o grande pagador do sistema de saúde, quer através do plano ou através dos impostos. Torna-se, então, ultrapassada a idéia de que o tratamento da saúde é algum tipo de caridade ou algo dado, oferecido, e as pessoas passam a ser consumidoras de saúde.
A partir desta premissa, o termo “paciente” também entra em xeque, pois, como dizem por aí, “paciente é o último que fala e o primeiro que toma injeção”, perfil totalemente diferente dos novos usuários de saúde.
Entretanto, é bom lembrar que tudo isso ainda é uma constatação controversa e complexa. Acho importante levar em consideração as palavras de advertência de Antônio Jorge Kropf, diretor técnico do Grupo Amil, sobre a suposta nova era do sistema de saúde: “Precisamos abrir um diálogo sobre essa questão, que é complexa, porque é necessário separar direito de consumidor e direito de cidadão, que são coisas muitas vezes conflitantes no sistema de saúde, e esse é um grande desafio”.
Um comentário:
Os "médicos de família" estão voltando, mas é claro que essa especialização não é oferecida nesse país, pois aqui só é valorizada aquela medicina cara e apoiada no espetáculo da tecnologia. Experiência e estudo superam qualquer fogo de artifício. "Small is beautiful"
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